20 de out. de 2010

Neon Azul - Eric Novello



 Um mergulho em azul

Quando terminei de ler Neon Azul, fiquei olhando a capa e pensei em uma frase ou um pensamento que pudesse transmitir minha impressão de leitura, surgiu esta: cada personagem de Neon Azul vai permanecer na imaginação do leitor mesmo depois do não-fim. 


Em qual sentido não-fim? O universo em torno a este lugar quase impossível de se descrever ou caracterizar, apesar de ser feito muitas vezes no livro, não se esgota na última página, Eric Novello consegue captar a atmosfera surreal, fantástica e ao mesmo tempo, decadente de dias e gestos que nem sempre conseguimos ou desejamos compreender.

Enquanto o tecido narrativo vai se compondo, é quase possível sentir a presença do Homem, do neon chamando. E que homem é esse? Em cada leitor, a resposta a sua presença quase sutil, por vezes imperceptível e ao mesmo tempo tão densa, vai ser diferente. Assim como este é um romance diferente, inusitado e muito, muito consistente. 
 

Se algumas páginas são luminosas ou repletas de sombras e sugestões, assim também são os contos/capítulos do livro. Em diferentes histórias e com personagens complexos e envolventes, o neon se entranha aos olhos do leitor e a sombra se veste de luz, a luz se esconde nas sombras. Jogo de esconder, procurar e nem sempre encontrar. Quem é quem depois que a porta do Neon Azul se abre aos nossos olhos já não importa tanto. Não sei, não é preciso saber. 
 

Essas histórias entrelaçadas em azul têm o dom de inquietar, mas também seduzir.

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