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25 de mar. de 2012

Elas...

Elas...

Por Tânia Souza e convidados

Na semana em que se comemora o Dia da Mulher, convidei algumas interessantes personas do universo virtual para comentarem sobre as personagens mais marcantes em suas histórias de leitura. Marcantes e sombrias.

Recebi comentários sobre personagens melancólicas, fortes, enigmáticas... Mulheres más, fêmeas fatais... vilãs? Não exatamente, algumas, injustiçadas, sedutoras... tristes. Mas com certeza, na opinião destes leitores, as mais fascinantes! Assim, o que seria um post somente sobre musas sombrias, se estendeu um pouco mais, espero que gostem.

Muito obrigada aos amigos que gentilmente tiveram tempo de colaborar. E o que é melhor, nossos leitores comentaristas apresentaram personagens para agradar a todos os gostos e gêneros.

Então, vamos a elas...

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            O escritor Romeu Martins (@romeumartins) do blog Cidade Phantástica, elegeu o universo das histórias sherlockianas para invocar sua musa das sombras. Conheçam a fascinante Maria Pinto, criação de Arthur Conan Doyle.
“Sou fã da Irene Adler, de "A Mulher" e gosto das vilãs brasileiras do Doyle, tanto que usei a Maria Pinto no Cidade Phantástica. Irene Adler é uma unanimidade pra quem gosta das histórias sherlockianas, mas eu tenho essa preferência pessoal pela Maria Pinto desde que li "O problema da Ponte de Thor" pela primeira vez e descobri aquela personagem brasileira que o próprio Holmes define como uma das mais ardilosas que ele já conhecera. Eu adoro o plano de vingança que ela elabora naquele conto.”
            
E o autor gosta mesmo da personagem, já escreveu sobre ela na noveleta "Cidade Phantástica", presente na coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário e agora, em seu novo projeto, uma graphic novel adaptando aquele texto, em parceria com o desenhista Sandro Zamboni (o Zambi), em que vão mostrar as origens dessa vilã brasileira criada por Arthur Conan Doyle. Vamos aguardar!

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Elsen Pontual (@ElsenPontual) escritor e membro do site A Irmandade, escolheu uma das minhas favoritas. Sua garota é, assim, com dizer... um carro. Mas que carro! Com vocês, Christine, de Stephen King, e Claudia, a doce vampira de Anne Rice.

“Gosto de Christine principalmente pela dúvida que ela gera no leitor. É um carro possuído ou algo ainda mais profano? Ela matou a esposa e filha do antigo dono, ou foi o mesmo responsável por esses "acidentes"? Ela voltou no final do livro para terminar sua trilha de sangue? O mestre King sabe criar um ar de mistério como ninguém.
Christine é maligna do pistão ao parachoque. Além de ser uma assassina fria e eficiente, ela possui uma capacidade de influência que beira a dominação.
O melhor é que, mesmo transformando o rapaz nerd em "descolado", ao mesmo tempo que o torna violento e cruel, ela não precisa dele para realizar sua mortandade. É meia tonelada de aço e perversidade a mais de cem por hora.
Mas se carros do sexo feminino não valem, [Valem sim, sir Elsen] escolho Cláudia, a vampira de Anne Rice. O fato de ser uma predadora perfeita e uma psicopata cruel presa à imagem e ao corpo de uma criança inocente foi a melhor jogada da autora. Afinal, não há nada mais sombrio do que imaginar um sorriso angelical e infantil manchado pelo sangue consumido com prazer e luxuria.”

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Adriana Alberti, (@tykkaa) acadêmica de Psicologia, escritora, blogueira e viciada em esmaltes; escolheu duas personagens sombrias: uma deusa da lua e uma adorável vampira. [olha só a vampirada dominando a área] 

“Existem duas mulheres na literatura que eu sou fascinada por serem sombrias. Hécate, a deusa é considerada como a mais antiga deusa da fertilidade, do nascimento, é a deusa trácia da Lua. Associada ao lado escuro da lua, magia e cerimônias, além de estar ligada ao Hades.
Hécate é representada como a deusa tríplice (jovem, mulher e anciã) além de ser a única deusa que os deuses, titãs e seres mitológicos respeitam e não enfrentam. Em geral é sempre ligada a magia, feitiçaria e encantamentos.
Outra personagem que eu adoro é a Pandora de Anne Rice, além de vampira, Pandora está sempre ligada com uma aura de sedução e distância. Mulher forte e de opinião forte. Pandora tem seu próprio livro na coleção Crônicas Vampirescas, mas faz algumas pontas em alguns outros da coleção.”

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       Persona super querida que conheci no Twitter, a Mariana (@mundodistopia), escolheu uma personagem cheia de sentimentos complexos, de uma série que ainda não li, mas que agora já está na minha lista. Sua musa é a Haven  - da série Imortais.
              
“Melhor amiga da protagonista da série (Ever), Haven é uma gótica dessas que usa batom preto, corset, cabelos negros e lisos, mas que não é levada a sério por seus amigos porque muda drasticamente de visual para ser "aceita". Ela tem uma fixação em se tornar imortal e passa a frequentar uma casa gótica onde aparentemente existem "vampiros" que vão torná-la imortal. Ela também adora cupcakes. 
Apesar de estar sempre tentando se encaixar para receber atenção o que demonstra seu lado carente, Haven tem uma personalidade bem forte e é bem autêntica, sem medo de expressar seus verdadeiros sentimentos. Ela é exposta a vários perigos por ser amiga de Ever e inclusive por escolhas erradas que a própria Ever comete, o que culmina em que Haven se amargure de pouco a pouco e torne-se uma poderosa inimiga! Eu particularmente acho que Haven foi muito injustiçada na série e por conta do egoísmo da protagonista teve seu destino todo alterado, mas ela sempre agiu com paixão, movida por sentimentos sinceros e é por isso que gosto muito dessa personagem! (me lembra a Willow de Buffy, que vira uma bruxa das trevas porque matam a Tara, sua namorada).
A Série Os Imortais de Alyson Nöel contém 6 livros: Para Sempre, Lua Azul, Terra das Sombras, Chama Negra, Estrela da Noite e Infinito; todos publicados pela Editora Intrínseca no Brasil. É um romance fantasia de paranormalidade."
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A mais que talentosa Carolina Mancini, do blog Respirando Arte (@CarolMancini15) sugere três personagens fascinantes, mas é com uma das mais belas criaturas de Poe que nos brinda por meio deste belíssimo texto: que venham as damas das sombras.

"O mundo das Ladies da literatura é realmente imenso e fabuloso, como a Lady Macbeth da tragédia shakespeariana com sua obsessão e capacidade de manipulação e sede poder, ou como a atual e belíssima vampira Kaori, da talentosa Giulia Moon. Mas ao pensar naquela que para mim tem maior destaque, vejo-me diante uma personagem talvez pouco clássica, mas sem dúvida, de um autor que é referência e responsável por muitos pesadelos. Lady Ligéia, do conto “Ligéia” de Edgar Allan Poe, marcou-me ainda na adolescência e continua comigo como a perfeição assustadora com a qual ela foi pintada. É a única personagem, ao menos que eu tenha lido ou visto, que tem, como Fausto, um conhecimento infinito de todas as ciências e faculdades existentes. A lady em questão é estranhamente bela, estranhamente talentosa, e assustadoramente perfeita.

Diante suas qualidades, tudo o mais se apaga feito um fantasma, seu sobrenome, sua família de quem pouco fala, o dia certo em que entra na vida do narrador em questão que nem ao menos sabe como ela se tornou toda a razão de sua existência. Não tem apenas conhecimento de música, como de metafísica, e tudo sobre o universo. Ela enxerga além dos horizontes.

Ligéia é taciturna, lasciva e sorrateira. Só se tem consciência de que está no ambiente quando fala algo com sua doce voz, ou quando toca seu amado com suas mãos de mármore. Ligéia tem a beleza que hoje vemos repetida à exaustão, mas da qual nunca nos cansamos, a palidez mortífera, os cabelos negros como a própria escuridão. Mas ela, até então, não é uma criatura da fantasia, ao menos, não de forma clara, ela é apenas fantástica. Seus olhos, estranhamente grandes, profundos e indecifráveis, são a marca de sua personalidade forte e tão incompreensível, que se torna secreta e obscura.

A dama em questão é ainda mestra, fazendo com que aquele que a ama, torne-se feito uma criança diante sua sabedoria, conclusões e ensinamentos. É ainda poeta e possui uma força de vontade incrível. E esta é sua maior e mais pérfida qualidade, força que tende a vencer a morte. Não apenas em presença etérea, como em carne e osso, tão alucinante quanto uma visão causada pelo ópio."
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9 de mar. de 2012

Elas... Semana da Mulher no À LitFan - Parte IV

Elas...


E chegamos a última postagem neste especial mulheres e literatura em sua face mais sombria, as contribuições foram tão ricas que com certeza, vão render mais um post, no futuro. Por hora, muito feliz pela participação de pessoas tão diferentes e com leituras variadas, dispostas a escrever/falar, de forma coletiva, sobre um tema tão interessante. Muito obrigada mesmo.  A Literatura agradece.

E sem muita conversa, vamos a elas, nossas musas sombrias...


Alfer Medeiros


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Alfer Medeiros (@AlferMedeiros), “Pai dos lobisomens de Fúria Lupina e proprietário da Livraria Limítrofe”, trouxe como colaboração um dos meus autores favoritos, Peter Straub e uma personagem que mudou totalmente a vida de um grupo amigos que formam a Sociedade Chowder e todos os incautos leitores que a conheceram.

"Guarde o nome do livro: Os Mortos-Vivos (Ghost Story).
Guarde o nome do autor: Peter Straub.
Guarde o nome da personagem: Alma Mobley.

Esta mulher é a coadjuvante de uma das melhores histórias de horror sobrenatural que você lerá na sua vida (se não a melhor). Falar qualquer coisa sobre ela seria correr o risco de ofuscar o brilho desta obra, mas garanto que, se ler o livro, você nunca a esquecerá. Quem viver, verá!"


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Ramon Bacelar

O amigo e escritor Ramon Bacelar (@ramonbacelar) e leitor que está sempre compartilhando dicas de leituras das mais interessantes, apresenta-nos uma femme fatale inesquecível. 

"Em sua novela O Grande Deus Pã, o escritor galês Arthur Machen criou não apenas uma das melhores e mais influentes histórias de quiet horror de todos os tempos, mas também aquela que é, a meu ver, a mais misteriosa, sedutora e diabólica femme fatale da literatura. Não estamos falando (apenas) de mais uma devoradora de homens ou destruidora de lares e vidas, mas a personificação do mal absoluto em suas diversas ‘encarnações’ ao longo da narrativa.

Tentar dissecar a mágica do Machen é tarefa inútil e ingrata, mas eu arriscaria dizer que parte de seu sucesso se deve a ideia de um ‘mal’ cósmico e ancestral que perdura ao longo dos séculos, e a maneira sutil, comedida e ambígua com que o autor conduz a narrativa (o texto é um primor de construção, comedimento e artesanato).

Por mais chocantes e perversos que sejam seus atos, o caos terreno nos serve meramente como um glimpse, conduíte ou portal para o verdadeiro o horror: São nas entrelinhas e no “não dito”, nos espaços em branco e silêncio post-mortem; na indefinição das sombras e estreitas fissuras da (complexa) estrutura narrativa que exala – sorrateiramente - o senso de desespero dos narradores e o miasma maléfico de Helen Vaughn, e nós, pobres leitores, somos inexoravelmente sugados para a espiral de mistério e temor cósmico que sua presença – ou ausência - nos suscita. 

O Grande Deus Pã é um dos melhores contos de horror decadente já escritos e não me vem como surpresa que sua estrutura, abordagem e, em especial, sua femme fatale tenha servido de modelo e inspiração para o magistral Ghost Story do Peter Straub."

Rochett Tavares

E uma das mais sombrias das personagens, lembrada por alguns de nossos colaboradores da semana, finalmente dá o ar de sua graça. Rochett Tavares (@Rochett_Tavares), escritor de horror, professor de informática, webmaster, designer, programador e persona fascinada pela literatura de horror, oferece um amplo olhar para aquela que, a uma ordem sombria, estremece os pescoços dos mais audaciosos...

Cortando cabeças!

Ontem recebi um convite muito interessante da amiga e companheira de luta na selva de letras Tânia Souza: escrever sobre uma personalidade feminina da LitFan em homenagem a semana da mulher.

É uma tarefa difícil, pois são raras as representações célebres desse gênero na literatura em geral. Mais ainda quando se tratam (no meu caso) de vilãs e/ou entidades sinistras.

Vasculhando os labirintos da memória, cheguei a uma que marcou bastante minha infância. Um ser perverso, vil, insano e com o poder nas mãos. Margaret Tatcher (chanceler da Inglaterra na década de 80)? Não. Todavia, essa personagem encarna tudo o que um governante não pode e nem deve ser.

Alguns de vocês já devem ter unido as peças e chegado a uma das mais terríveis autoridades do mundo da fantasia. Isso mesmo! Refiro-me a ela, a Rainha de Copas!

Quando li “Alice no país das maravilhas” por volta dos meus 07 ou 08 anos, me deparei com dezenas de criaturas fantásticas. Como, entre outros, uma lagarta que fuma não-se-sabe-o-que num narguilé gigante, um coelho perturbado (sempre estava atrasado para algum compromisso), um gato sinistro que possuía o hábito de desaparecer e surgir nos momentos mais inconvenientes.

Todavia, quem capturou minha imaginação foi a “dama de ferro” do reino criado por Lewis Carroll. Ela e seu exército de valetes. Até o momento, tinha achado o livro meio cansativo. Foi quando descobri que havia algo mais naquele reino.

Na época, não me passou pela cabeça que a personalidade da monarca e o modo como governava seu país poderiam ser uma sátira ferrenha do autor à outra rainha (Vitória) ou uma caricatura da mãe das irmãs Liddell que o inspiraram a escrever suas histórias sobre um mundo fantástico e “louco”. Havia, também, um Rei de Copas. Mas assim como o pai de Alice Liddell ele era fraco e indeciso; uma figura que vivia à sombra da esposa.

A soberana possuía um gênio terrível. Quaisquer problemas levados a seu julgamento resolviam-se com uma das melhores frases de vilões que já tinha conhecido até então: “Cortem a cabeça dele!” (ou “Fora com sua cabeça!”). Lembrei-me do pobre Valete acusado de roubar as malditas tortas da governante e do suplício do infeliz. Em alguns momentos, cheguei a torcer para que a cabeça dele rolasse de fato.

“Matei” o livro rapidamente, em busca de algum momento no qual a pena imposta pela mulher fosse cumprida. Entretanto, não encontrei a descrição das decapitações. Isso me decepcionou bastante. Isso e o depoimento de outra personagem (o Grifo); ele dizia que o lance de cortar as cabeças não passava de uma “viagem” da Rainha.

À luz de estudos mais aprofundados, diz-se que Lewis Carroll tinha sérios problemas com figuras de autoridade, bem como um “interesse” além do normal sobre crianças. Fala-se que ele nutria sentimentos platônicos pela pequena Alice (a de carne e osso). Mesmo jamais tocando a menina ou insinuando-se de fato, hoje, essa conduta certamente seria enquadrada como pedofilia. Talvez o carinho dele pela garota fosse algo despretensioso. Talvez ele apreciasse a inocência de Alice e em analisar como o mundo dos adultos se afasta desse período tão interessante no desenvolvimento humano.

Especulações à parte, a verdade sobre isso jamais saberemos. Prefiro imaginar que Carroll enxergava crianças apenas como seu público e fonte de inspiração. Símbolo das antigas matronas, representação de como a figura dos adultos é capaz de tolher a energia pueril, caricatura ou sátira é certo que a célebre governante rendeu aos leitores de Lewis milhares de pesadelos ao curso das décadas a partir do momento no qual foi solta no imaginário infantil.

E, como diria a senhora de copas... “Fora com as cabeças de quem não tem a mente aberta à literatura!!!!”

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E por hoje é só, pessoal...

8 de mar. de 2012

Elas... Semana da Mulher no À LitFan - Parte III


Elas...

Mulheres! Sombrias, instigantes, apaixonantes. Inusitadas, crueis, guerreiras. No universo literário em geral e em diferentes mitologias, personagens femininas venceram estereótipos, brincaram e provocaram as mais diferentes reações. Medo, admiração, espanto, paixão...  a lista só aumenta. E o que começou como uma brincadeira, uma deliciosa futilidade literária, como gosto de dizer; com as colaborações de escritores tão diversos, e principalmente leitores, revelou um retrato muito interessante sobre a presença do feminino - como personagem - na literatura e no imaginário do leitor. 

Então, vamos a elas...

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Celly Monteiro

Eu sou fã da escrita delicada e poética dessa moça, Celly Monteiro (@Cellymonteiro) do blog A Fantasista, mesmo em contos de terror, consegue uma suavidade impressionante.  E a personagem escolhida por ela já esteve nas considerações anteriores, uma vampira que impressionou vários leitores.

"Com certeza foi a Cláudia, a vampirinha infantil da Anne Rice no livro Entrevista com o Vampiro. A Cláudia era uma esfinge em sua figura: pequena, mas de uma mente vigorosa, calculista, manipuladora, melancólica, perversa, orgulhosa ao  tempo que transparece uma imagem inocente e delicada."

Tenho que concordar, crianças, ou no mínimo, a aparência delicada transfigurada em ferocidade é mesmo impressionante.

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Nikelen Witter

Nikelen Witter (@NikelenWitter), do blog Sapatinhos Vermelhos, - cuja leitura eu recomendo em doses constantes - é escritora, historiadora, pesquisadora, professora e persona muy querida, e nos trouxe uma colaboração riquissima, por meio de uma das figuras que mais me fascinaram em histórias de amor e sombras.
 
"Não tenho grande atração por vilões, de qualquer gênero. Quando um personagem me atrai, mais que outros, é por sua complexidade. Por este motivo, destaco uma personagem capaz não apenas de impressionar os leitores com sua personalidade poliédrica, como também de causar os mais diferentes tipos de sentimentos nos que entram em contato com ela. Falo de Medeia, a bruxa parente de Circe, que Jasão trouxe consigo da Cólquida. Não há como ser indiferente a esta personagem que aparece como uma heroína semelhante à Ariadne (do mito do Minotauro), pois trai seu povo por amor.

Da mesma forma que Ariadne, é levada pelo herói Jasão que, mais correto que Teseu, não a abandona e casa-se com ela. Medeia, porém, é uma mulher de extremos. Para garantir sua fuga e da nau dos Argonautas, ela mata o próprio irmão e o despedaça para que o pai – que os persegue – se atrase recolhendo os pedaços do menino a fim de dar-lhe a devida sepultura. Contudo, há dúvidas sobre seu crime mais conhecido: o assassínio dos próprios filhos.

Medeia foi traída e abandonada pelo marido e, sim, matou sua rival e todos os que se aproximaram dela, fazendo uso com suas artes mágicas/envenenadoras. Porém, as tradições mais antigas falam que seus filhos foram apedrejados pela população de Corinto, enfurecida após a morte de sua princesa e rei pelo mal epidêmico que se espalhou por todo o palácio. A versão mais conhecida, no entanto, é a relatada por Eurípedes em sua tragédia teatral, quando, numa vingança fria contra o marido, Medeia mata os próprios filhos."

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Flávio de Souza

Meu querido amigo e escritor Flávio de Souza - especialista em contos de terror envolvendo folclore, super recomendo uma visita as suas páginas virtuais - nos enviou como colaboração uma personagem que ficou marcada para ele, não pelo aspecto sombrio, e sim, pela força que transmite.

Então, vou citar uma personagem do meu livro predileto, IT, do mestre Stephen King, trata-se de Beverly Marsh, a única menina do Loser´s Club. Ela, quando criança, sofre demais nas mãos do próprio pai, mas, ainda assim, encontra forças, não se sabe de onde, para superar as humilhações e abusos físicos. Além, é claro, de ter de lutar contra um medo que só ela pode enxergar dentro de casa. Tentando encontrar um sentido na vida, ela se encanta emocionalmente com o líder do restrito grupo de amigos,e, ao mesmo tempo, desperta a paixão em um outro colega. 

Ao longo da jornada contra o demônio, ela tem de fazer um sacrifício que muitas não conseguiriam para manter o grupo unido. Cabe a ela, ainda quando criança, a difícil tarefa de liquidar a criatura que aterroriza a cidade, isso por conta das suas habilidades. A capacidade de Beverly surpreende seus amigos, mas, obviamente evidencia o potencial de uma mulher quando determinada.

Quando cresce, vendo-se mais uma vez presa nas garras de um homem dominador, ela não hesita em lutar contra esse medo e decide, por conta de um pacto feito com os amigos, voltar para a antiga cidade e lutar novamente contra um horror ainda maior. Como prêmio pela vitória contra o demônio, ela, finalmente, encontra o verdadeiro amor vindo de onde jamais imaginou  (ou pelo menos não conseguiu ver anteriormente). Palmas para Bev, uma mulher guerreira. É isso aí! 

*
Valentina Ferreira

As impressões de leituras e personagens nos despertam reações diversas e certas figuras nos acompanharam para sempre. A escritora Valentina Ferreira (@ValentinaSFerr), escolhe uma personagem deveras complexa: Lolita.

“A minha personagem favorita é - e dificilmente será ultrapassada por outra - Dolores Haze, a maliciosa Lolita do livro com o mesmo nome, de Vladimir Nabokov. Na verdade, eu nem sei o que sinto por ela. É um misto de sentimentos que se baralha dentro de mim: amor, pena, ódio, vontade de proteger, vontade de brigar; ela diverte-me com o seu jeito aéreo e infantil; ela incomoda-me com a forma sedutora como trata o padrasto; ela faz-me chorar e ficar com raiva e querer entrar no livro. Ela é boa e má, ao mesmo tempo. É adorável e detestável. Criança e mulher. Indefesa e provocadora. 

Ou como diz Humbert Humbert, ‘Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta. Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.’ Eu suspiro com este início. Tão simples, mas demonstra, facilmente, a complexidade de Lolita.”


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Thasyel Fall

E para finalizar o post de hoje, porque amanhã tem mais, Thasyel Fall, a senhorita Terrível Mor. Dona de uma escrita inusitada, escreve contos e roteiros com nos quais brinca com as ideias e palavras, desconstrói mitos e ao mesmo tempo, fala de coisas sérias. Ainda quero ler muitas de suas histórias. E como personagem favorita, ela, A Madrasta da Branca de Neve:

"De todas as vilãs de contos de fadas, eu fico com a madrasta da Branca de Neve, porque ela é linda, poderosa, soberana e vai direito para os ‘finalmentes’.

Nada de prender a princesinha em uma torre, ou fazê-la de empregada, ou colocá-la sob um feitiço — esse era o plano inicial né, quando a situação aperta você acaba fazendo exceções — ela manda logo que arranquem o coração da moça, para que ela possa comê-lo no jantar; se isso não é apavorante e genial, eu não faço idéia do que seja.

É claro que no fim, como toda bruxa, ela acaba apelando para a magia, se não fosse o pequeno detalhe das letras miúdas do feitiço — o feitiço será desfeito na presença de um beijo de amor. Se houver algum príncipe nas proximidades, evite este feitiço, (pena que ela não leu) — fazer o que.. E ah, claro, adoro mulheres que conhecem o poder de um bom acessório: o espelho fantástico, muito melhor que um GPS e você ainda pode retocar a maquiagem, tudãooo.

OBS: pena que ela pira um pouquinho no final — carma de vilã né — se transformar em velha; inteligente, mas nada atraente."

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E amanhã tem mais, personas, muito obrigada pela colaboração, leituras e impressões ^^


7 de mar. de 2012

Elas... Semana da Mulher no À LitFan - Parte II



Mary Shelley - Frankenstein
Na segunda postagem com o tema Elas... Semana da Mulher no À LitFan, mais uma vez agradeço aos que gentimente estão enviando suas impressões de leitura, e aos que nos brindam com comentários deliciosos, muito obrigada mesmo.  ( leia a primeira aqui)

Eu tenho uma paixão pelo universo literário de uma forma que, acredito que muito do que somos, vêm do que lemos, das tramas e personagens que nos marcaram. Pensar na figura da mulher na literatura, principalmente nas personagens não convencionais, é pensar também em estereótipos, em clichês, em gêneros e papeis sociais, ou seja, uma verdade viagem literária carregada de nossa essência leitora e mais do que tudo, humana. Ler é prazer, é conhecimento, é aventura e principalmente, liberdade.

Vamos a elas, entonces...

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Júnior Cazeri (@jrcazeri) do blog Café de Ontem ( o tal que é frio como uma despedida, mas na verdade está sempre com novidades saborosas, com resenhas, dicas de leituras e contos do autor) também oferece uma contribuição interessantíssima a nossa semana da mulher especial.

"Sem dúvida alguma, voto em Brigid O'Shaughnessy do clássico policial O Falcão Maltês de Dashiell Hammett, pois ela é calculista, manipuladora e bela, um ícone de femme fatale que, tanto na literatura como no cinema, se tornou inesquecível.

Ps: não é surpreendente como existem poucas figuras femininas memoráveis na literatura fantástica? São sempre coadjuvantes. Pensei em Cersei e Melisandre, mas não vou voltar em personagens cujo destino ainda não conheço totalmente.

E claro, não resisti em comentar o Ps: do Júnior. De fato estava pesquisando o tema e tenho que concordar, mas aos poucos, inclusive nestas contribuições, estamos conhecendo um pouco mais destas moçoilas.

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Persona super querida que conheci no Twitter, a Mariana (@mundodistopia) e autora do livro Beijos e Batom ( lançamento em Junho ^^)  escolheu uma personagem cheia de sentimentos complexos, de uma série que ainda não li, mas que agora já está na minha lista. Sua musa é a Haven  - da série Imortais.

“Melhor amiga da protagonista da série (Ever), Haven é uma gótica dessas que usa batom preto, corset, cabelos negros e lisos, mas que não é levada a sério por seus amigos porque muda drasticamente de visual para ser "aceita". Ela tem uma fixação em se tornar imortal e passa a frequentar uma casa gótica onde aparentemente existem "vampiros" que vão torná-la imortal. Ela também adora cupcakes. 

Apesar de estar sempre tentando se encaixar para receber atenção o que demonstra seu lado carente, Haven tem uma personalidade bem forte e é bem autêntica, sem medo de expressar seus verdadeiros sentimentos. Ela é exposta a vários perigos por ser amiga de Ever e inclusive por escolhas erradas que a própria Ever comete, o que culmina em que Haven se amargure de pouco a pouco e torne-se uma poderosa inimiga! Eu particularmente acho que Haven foi muito injustiçada na série e por conta do egoísmo da protagonista teve seu destino todo alterado, mas ela sempre agiu com paixão, movida por sentimentos sinceros e é por isso que gosto muito dessa personagem! (me lembra a Willow de Buffy, que vira uma bruxa das trevas porque matam a Tara, sua namorada).

A Série Os Imortais de Alyson Nöel contém 6 livros: Para Sempre, Lua Azul, Terra das Sombras, Chama Negra, Estrela da Noite e Infinito; todos publicados pela Editora Intrínseca no Brasil. É um romance fantasia de paranormalidade."

Adorei a dica de leitura e a personagem indicada pela Mariana, muita coisa nova surgindo por aí e bom conhecer mais destes universos literários.
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A mais que talentosa e polivalente Carolina Mancini (@CarolMancini15), do blog Respirando Arte - a moça escreve, desenha (lindamente), é atriz e muito mais do que minha vaga memória consegue lembrar - sugere três personagens fascinantes, mas é com uma das mais belas criaturas de Poe que nos brinda por meio deste belíssimo texto: que venham as ladies das sombras.

"O mundo das Ladies da literatura é realmente imenso e fabuloso, como a Lady Macbeth da tragédia shakespeariana com sua obsessão e capacidade de manipulação e sede poder, ou como a atual e belíssima vampira Kaori, da talentosa Giulia Moon. Mas ao pensar naquela que para mim tem maior destaque, vejo-me diante uma personagem talvez pouco clássica, mas sem dúvida, de um autor que é referência e responsável por muitos pesadelos. Lady Ligéia, do conto “Ligéia” de Edgar Allan Poe, marcou-me ainda na adolescência e continua comigo como a perfeição assustadora com a qual ela foi pintada. É a única personagem, ao menos que eu tenha lido ou visto, que tem, como Fausto, um conhecimento infinito de todas as ciências e faculdades existentes. A lady em questão é estranhamente bela, estranhamente talentosa, e assustadoramente perfeita.

Ligeia -  por  Harry Clarke
Diante suas qualidades, tudo o mais se apaga feito um fantasma, seu sobrenome, sua família de quem pouco fala, o dia certo em que entra na vida do narrador em questão que nem ao menos sabe como ela se tornou toda a razão de sua existência. Não tem apenas conhecimento de música, como de metafísica, e tudo sobre o universo. Ela enxerga além dos horizontes.

Ligéia é taciturna, lasciva e sorrateira. Só se tem consciência de que está no ambiente quando fala algo com sua doce voz, ou quando toca seu amado com suas mãos de mármore. Ligéia tem a beleza que hoje vemos repetida à exaustão, mas da qual nunca nos cansamos, a palidez mortífera, os cabelos negros como a própria escuridão. Mas ela, até então, não é uma criatura da fantasia, ao menos, não de forma clara, ela é apenas fantástica. Seus olhos, estranhamente grandes, profundos e indecifráveis, são a marca de sua personalidade forte e tão incompreensível, que se torna secreta e obscura.

A dama em questão é ainda mestra, fazendo com que aquele que a ama, torne-se feito uma criança diante sua sabedoria, conclusões e ensinamentos. É ainda poeta e possui uma força de vontade incrível. E esta é sua maior e mais pérfida qualidade, força que tende a vencer a morte. Não apenas em presença etérea, como em carne e osso, tão alucinante quanto uma visão causada pelo ópio."

E eu tive que confessar a Carol um dos meus grandes pecados literários, e no caso, pecado mais do que duplo, ainda não li esta preciosidade. Duplo pela importância do texto, e pelo meu fascínio por Poe... 

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E para um desfecho mais que fatal para este passeio com as musas sombrias  no dia de hoje, Thato Bordin (@ThatoBordin) escritor e membro fundador do site A Irmandade, revela seu fascínio por uma dama inesperada.  Quando perguntei ao Thato, que escreve principalmente no gênero terror - mas também contos românticos, é, contei mesmo - imaginei que citaria uma das criaturas do universo fantástico ligado ao terror, mas para minha surpresa, a musa favorita do senhor Thato Bordin é a fascinante Irene Adler, (já citada por Romeu Martins, ontem) e isso revela como sua presença é instigante e marcante aos leitores de Conan Doyle.

"Irene Adler, é a mulher, não uma mulher, mas A Mulher. Bela, inteligente, perigosa, traiçoeira, manipuladora são alguns atributos que fazem de Irene a Vilã favorita de muitos, é uma personagem criada por Conan Doyle para abalar a postura sempre fria de Sherlock Holmes, um personagem que vive de lógica, de razão e não se permite sentir emoção alguma, pois, segundo ele, isso prejudicaria seu raciocínio. E Irene Adler quebra essa frieza mecânica. O paradoxo. Uma ladra, que conquista a admiração e o respeito do detetive, tanto que Sherlock evita até mesmo pronunciar seu nome e se refere a ela como "A Mulher".

 
"Para Sherlock Holmes, ela é sempre "A Mulher". Raras vezes o ouvi mencioná-la de outra maneira. Ele tinha mesmo a ideia de que ela eclipsava e se sobrepunha sobre todas as outras mulheres, e isto não era porque estivesse apaixonado por Irene Adler. Todas as emoções, particularmente  o amor, aborreciam sua mentalidade admiravelmente equilibrada, fria e severa. [...] Entretanto, havia somente uma mulher para ele e esta mulher era Irene Adler, que fazia revolver sua memória em dúvidas e indagações diversas." Trecho do conto Um Escândalo na Boêmia.

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E por hoje é só, pessoal, mas amanhã tem muito mais... 

6 de mar. de 2012

Elas... Semana da Mulher no À LitFan

Elas...

Por Tânia Souza e convidados

Na semana em que se comemora o Dia da Mulher, convidei algumas interessantes personas do universo virtual para comentarem sobre as personagens mais marcantes em suas histórias de leitura. Marcantes e sombrias.

Recebi comentários sobre personagens melancólicas, fortes, enigmáticas... Mulheres más, fêmeas fatais...

Vilãs?

Não exatamente; algumas injustiçadas, sedutoras... tristes. Mas com certeza, na opinião destes leitores, as mais fascinantes! Assim, o que seria apenas uma breve postagem sobre musas sombrias, se estendeu um pouco mais, espero que gostem.


Interessante pensar - ao ler sobre estas personagens - em suas motivações, momentos históricos nos quais surgiram e caracteristicas mais fortes. Mesmo recobertas por estereótipos, estas personagens também são, e não se trata de uma contradição, uma desconstrução dos estereótipos femininos: por meio dor, do sofrimento, nas tentativas de vencer os desafios e com ações ousadas, saíram de um lugar comum para conquistar a eternidade, brincando com o imaginário do leitor.  Fêmeas fatais não são novidades, estão presentes em culturas diversas,  assim como criaturas mágicas, vampiras, bruxas e outras inomináveis que povoam os mitos, lendas e folclores, e representam a contradição, a ousadia, o diferente e a força da imaginação.

E algumas... bem, algumas são apenas... más. E fascinantes.

Muito obrigada aos amigos que gentilmente tiveram tempo de colaborar. E o que é melhor, nossos leitores comentaristas apresentaram personagens para agradar a todos os gostos e gêneros literários.

Então, vamos a elas...

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E para estrear nossa série, o escritor Romeu Martins (@romeumartins) do blog Cidade Phantástica, elegeu o universo das histórias sherlockianas para invocar sua musa das sombras. Conheçam a fascinante Maria Pinto, criação de Arthur Conan Doyle.

E essa linda ilustração é do Zambi!
“Sou fã da Irene Adler - chamada por Holmes de "A Mulher", como um diferencial de todas as outras que ele encontrou -, Irene Adler surgiu no conto "Um escândalo de Boêmia". E gosto das vilãs brasileiras do Doyle, tanto que usei a Maria Pinto no Cidade Phantástica. Irene Adler é uma unanimidade pra quem gosta das histórias sherlockianas, mas eu tenho essa preferência pessoal pela Maria Pinto desde que li "O problema da Ponte de Thor" pela primeira vez e descobri aquela personagem brasileira que o próprio Holmes define como uma das mais ardilosas que ele já conhecera. Eu adoro o plano de vingança que ela elabora naquele conto.”
           
E o autor gosta mesmo da personagem, já escreveu sobre ela na noveleta "Cidade Phantástica", presente na coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário e agora, em seu novo projeto, uma graphic novel adaptando aquele texto, em parceria com o desenhista Sandro Zamboni (o Zambi), vão mostrar as origens dessa vilã brasileira criada por Arthur Conan Doyle. Vamos aguardar!

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Elsen Pontual (@ElsenPontual) escritor e membro do site A Irmandade, escolheu uma das minhas favoritas. Sua garota é, assim... como dizer... um carro! Mas que carro! Com vocês, Christine, de Stephen King; e Claudia, a doce vampira de Anne Rice.

“Gosto de Christine principalmente pela dúvida que ela gera no leitor. É um carro possuído ou algo ainda mais profano? Ela matou a esposa e filha do antigo dono, ou foi o mesmo responsável por esses "acidentes"? Ela voltou no final do livro para terminar sua trilha de sangue? O mestre King sabe criar um ar de mistério como ninguém.

Christine é maligna do pistão ao parachoque. Além de ser uma assassina fria e eficiente, ela possui uma capacidade de influência que beira a dominação.

O melhor é que, mesmo transformando o rapaz nerd em "descolado", ao mesmo tempo que o torna violento e cruel, ela não precisa dele para realizar sua mortandade. É meia tonelada de aço e perversidade a mais de cem por hora.

Mas se carros do sexo feminino não valem, [Valem sim, sir Elsen] escolho Cláudia, a vampira de Anne Rice. O fato de ser uma predadora perfeita e uma psicopata cruel presa à imagem e ao corpo de uma criança inocente foi a melhor jogada da autora. Afinal, não há nada mais sombrio do que imaginar um sorriso angelical e infantil manchado pelo sangue consumido com prazer e luxuria.”
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Adriana Alberti, (@tykkaa) acadêmica de Psicologia, escritora, blogueira e viciada em esmaltes; escolheu duas personagens sombrias: uma deusa da lua e uma adorável vampira. [olha só a vampirada dominando a área]

“Existem duas mulheres na literatura que eu sou fascinada por serem sombrias. Hécate, a deusa é considerada como a mais antiga deusa da fertilidade, do nascimento, é a deusa trácia da Lua. Associada ao lado escuro da lua, magia e cerimônias, além de estar ligada ao Hades.

Hécate é representada como a deusa tríplice (jovem, mulher e anciã) além de ser a única deusa que os deuses, titãs e seres mitológicos respeitam e não enfrentam. Em geral é sempre ligada a magia, feitiçaria e encantamentos.

Outra personagem que eu adoro é a Pandora de Anne Rice, além de vampira, Pandora está sempre ligada com uma aura de sedução e distância. Mulher forte e de opinião forte. Pandora tem seu próprio livro na coleção Crônicas Vampirescas, mas faz algumas pontas em alguns outros da coleção.”

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E amanhã tem mais. Muito mais!

E não deixem de nos contar, quem é sua personagem favorita no universo literário sombrio?

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