Já estava pensando em criar uma categoria assim no blogue há algum tempo, como leio vários livros ao mesmo tempo, e alguns de forma bem rápida, outros demoro um pouco mais, muitas impressões da leitura se perdem. Nesta coluna, se posso chamar assim, vou escrevendo minhas impressões sobre o que estiver lendo ou relendo, quase um diário literário e, claro, sem fugir do tema do blogue. Ah, e vou tentar evitar spoiler, ok! Já aviso que vai ser algo meio subjetivo, pois justamente eu leitora estarei bem mais presente no texto.
E um dos livros que estou lendo no momento me encantou, por isso, vai ser a leitura inaugural.
Cira e o Velho - Walter Tierno
Primeiro, preciso contar a "saga" que foi conseguir este livro, que estava namorando há séculos. Sou apaixonada pelo folclore e a capa, muito linda e sugestiva, traz um toque sombrio e ao mesmo tempo, de beleza e mistério. Muito bem sacada. Pois bem, nessa de comprar ou não o livro, com os protestos de sempre do meu cartão de crédito, finalmente chegou a hora, vi um RT do Alfer Medeiros no Twitter dizendo que o livro estava em promoção e eram as últimas edições. Então pensei, opa, é agora.
Fui até a lojinha do Walter e fiz a compra. Pagamento aprovado. Oba, hora de comemorar? Não, em minutos, chegou uma mensagem do site dizendo que a compra fora cancelada.
%*@#%#$¨# como assim cancelada? "Mo odeiam", só poderia ser isso.
E logo, um e-mail do Walter: infelizmente, eu cheguei tarde e os livros haviam acabado. É, que triste. Esperar segunda edição? Comprar de algum sebo online? Tentei em um, mas não sei bem a razão, a compra não finalizava. Sei lá, Cira ficou de lado. Detalhe, a senhoura Celly Borges começou a ler e ficou me fazendo vontade via msn ¬¬
Mas por acaso o Senhor Walter conseguiu alguns exemplares a mais na editora, e me avisou por e-mail. Que legal. Porém, a meta ( minha) de livros comprados estava esgotada. Esperei um pouquinho mais.
Até que um dia, finalmente, pude finalizar a compra, e em menos de uma semana, Cira chegou em Mato Grosso do Sul. Muito querida a dedicatória e o desenho especial que o autor fez, gostei muito.
E comecei a ler Cira e o Velho.
Já comentei antes que sou lá do interiorrr onde o Brasil já foi Paraguai - como diz a canção, e justamente a esse mundo agora tão distante, é que fui transportada nas primeiras páginas. Outras épocas, quando ainda era guria e via os amigos e irmãos jogando "bafo". É, era "coisa de menino", mas eu espiava assim mesmo. Toda a atmosfera do jogo, das brincadeiras e a paixão pelas figurinhas foram tão bem representadas no começo do livro que minha atenção já foi cativada.
Cira surge em uma figurinha, e de forma fascinante, a lenda é apresentada ao leitor. Esse fascínio que nos é narrado se torna quase uma obsessão para o narrador, que cresce junto a essa figura que tanto lhe impressiona, até que um dia, parte em busca de Cira. E nos leva com ele.
Ambição, folclore, medo, amor, violência e paisagens bucólicas, eis uma breve tônica destas páginas iniciais. Ah, não posso deixar de dizer que a linguagem utilizada pelo autor é muito legal, não cansa, descreve bem e consegue prender a atenção, destaque para as variantes regionais que começam a mostrar a face no livro.
E eu volto depois com um pouco mais...
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