Elas...
E chegamos a última postagem neste especial mulheres e literatura em sua face mais sombria, as contribuições foram tão ricas que com certeza, vão render mais um post, no futuro. Por hora, muito feliz pela participação de pessoas tão diferentes e com leituras variadas, dispostas a escrever/falar, de forma coletiva, sobre um tema tão interessante. Muito obrigada mesmo. A Literatura agradece.
E sem muita conversa, vamos a elas, nossas musas sombrias...
Alfer Medeiros
Alfer Medeiros (@AlferMedeiros), “Pai dos lobisomens de Fúria Lupina e proprietário da Livraria Limítrofe”, trouxe como colaboração um dos meus autores favoritos, Peter Straub e uma personagem que mudou totalmente a vida de um grupo amigos que formam a Sociedade Chowder e todos os incautos leitores que a conheceram.
"Guarde o nome do livro: Os Mortos-Vivos (Ghost Story).
Guarde o nome do autor: Peter Straub.
Guarde o nome da personagem: Alma Mobley.
Esta mulher é a coadjuvante de uma das melhores histórias de horror sobrenatural que você lerá na sua vida (se não a melhor). Falar qualquer coisa sobre ela seria correr o risco de ofuscar o brilho desta obra, mas garanto que, se ler o livro, você nunca a esquecerá. Quem viver, verá!"
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Ramon Bacelar
O amigo e escritor Ramon Bacelar (@ramonbacelar) e leitor que está sempre compartilhando dicas de leituras das mais interessantes, apresenta-nos uma femme fatale inesquecível.
O amigo e escritor Ramon Bacelar (@ramonbacelar) e leitor que está sempre compartilhando dicas de leituras das mais interessantes, apresenta-nos uma femme fatale inesquecível.
"Em sua novela O Grande Deus Pã, o escritor galês Arthur Machen criou não apenas uma das melhores e mais influentes histórias de quiet horror de todos os tempos, mas também aquela que é, a meu ver, a mais misteriosa, sedutora e diabólica femme fatale da literatura. Não estamos falando (apenas) de mais uma devoradora de homens ou destruidora de lares e vidas, mas a personificação do mal absoluto em suas diversas ‘encarnações’ ao longo da narrativa.
Tentar dissecar a mágica do Machen é tarefa inútil e ingrata, mas eu arriscaria dizer que parte de seu sucesso se deve a ideia de um ‘mal’ cósmico e ancestral que perdura ao longo dos séculos, e a maneira sutil, comedida e ambígua com que o autor conduz a narrativa (o texto é um primor de construção, comedimento e artesanato).
Por mais chocantes e perversos que sejam seus atos, o caos terreno nos serve meramente como um glimpse, conduíte ou portal para o verdadeiro o horror: São nas entrelinhas e no “não dito”, nos espaços em branco e silêncio post-mortem; na indefinição das sombras e estreitas fissuras da (complexa) estrutura narrativa que exala – sorrateiramente - o senso de desespero dos narradores e o miasma maléfico de Helen Vaughn, e nós, pobres leitores, somos inexoravelmente sugados para a espiral de mistério e temor cósmico que sua presença – ou ausência - nos suscita.
O Grande Deus Pã é um dos melhores contos de horror decadente já escritos e não me vem como surpresa que sua estrutura, abordagem e, em especial, sua femme fatale tenha servido de modelo e inspiração para o magistral Ghost Story do Peter Straub."
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Rochett Tavares
E uma das mais sombrias das personagens, lembrada por alguns de nossos colaboradores da semana, finalmente dá o ar de sua graça. Rochett Tavares (@Rochett_Tavares), escritor de horror, professor de informática, webmaster, designer, programador e persona fascinada pela literatura de horror, oferece um amplo olhar para aquela que, a uma ordem sombria, estremece os pescoços dos mais audaciosos...
Cortando cabeças!
Ontem recebi um convite muito interessante da amiga e companheira de luta na selva de letras Tânia Souza: escrever sobre uma personalidade feminina da LitFan em homenagem a semana da mulher.
É uma tarefa difícil, pois são raras as representações célebres desse gênero na literatura em geral. Mais ainda quando se tratam (no meu caso) de vilãs e/ou entidades sinistras.
Vasculhando os labirintos da memória, cheguei a uma que marcou bastante minha infância. Um ser perverso, vil, insano e com o poder nas mãos. Margaret Tatcher (chanceler da Inglaterra na década de 80)? Não. Todavia, essa personagem encarna tudo o que um governante não pode e nem deve ser.
Alguns de vocês já devem ter unido as peças e chegado a uma das mais terríveis autoridades do mundo da fantasia. Isso mesmo! Refiro-me a ela, a Rainha de Copas!
Quando li “Alice no país das maravilhas” por volta dos meus 07 ou 08 anos, me deparei com dezenas de criaturas fantásticas. Como, entre outros, uma lagarta que fuma não-se-sabe-o-que num narguilé gigante, um coelho perturbado (sempre estava atrasado para algum compromisso), um gato sinistro que possuía o hábito de desaparecer e surgir nos momentos mais inconvenientes.
Todavia, quem capturou minha imaginação foi a “dama de ferro” do reino criado por Lewis Carroll. Ela e seu exército de valetes. Até o momento, tinha achado o livro meio cansativo. Foi quando descobri que havia algo mais naquele reino.
Na época, não me passou pela cabeça que a personalidade da monarca e o modo como governava seu país poderiam ser uma sátira ferrenha do autor à outra rainha (Vitória) ou uma caricatura da mãe das irmãs Liddell que o inspiraram a escrever suas histórias sobre um mundo fantástico e “louco”. Havia, também, um Rei de Copas. Mas assim como o pai de Alice Liddell ele era fraco e indeciso; uma figura que vivia à sombra da esposa.
A soberana possuía um gênio terrível. Quaisquer problemas levados a seu julgamento resolviam-se com uma das melhores frases de vilões que já tinha conhecido até então: “Cortem a cabeça dele!” (ou “Fora com sua cabeça!”). Lembrei-me do pobre Valete acusado de roubar as malditas tortas da governante e do suplício do infeliz. Em alguns momentos, cheguei a torcer para que a cabeça dele rolasse de fato.
“Matei” o livro rapidamente, em busca de algum momento no qual a pena imposta pela mulher fosse cumprida. Entretanto, não encontrei a descrição das decapitações. Isso me decepcionou bastante. Isso e o depoimento de outra personagem (o Grifo); ele dizia que o lance de cortar as cabeças não passava de uma “viagem” da Rainha.
À luz de estudos mais aprofundados, diz-se que Lewis Carroll tinha sérios problemas com figuras de autoridade, bem como um “interesse” além do normal sobre crianças. Fala-se que ele nutria sentimentos platônicos pela pequena Alice (a de carne e osso). Mesmo jamais tocando a menina ou insinuando-se de fato, hoje, essa conduta certamente seria enquadrada como pedofilia. Talvez o carinho dele pela garota fosse algo despretensioso. Talvez ele apreciasse a inocência de Alice e em analisar como o mundo dos adultos se afasta desse período tão interessante no desenvolvimento humano.
Especulações à parte, a verdade sobre isso jamais saberemos. Prefiro imaginar que Carroll enxergava crianças apenas como seu público e fonte de inspiração. Símbolo das antigas matronas, representação de como a figura dos adultos é capaz de tolher a energia pueril, caricatura ou sátira é certo que a célebre governante rendeu aos leitores de Lewis milhares de pesadelos ao curso das décadas a partir do momento no qual foi solta no imaginário infantil.
E, como diria a senhora de copas... “Fora com as cabeças de quem não tem a mente aberta à literatura!!!!”
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E por hoje é só, pessoal...
6 comentários:
É...quem lê Os Mortos Vivos (Ghost Story) não esquece (:
Uma femme fatale do metal (:
http://www.youtube.com/watch?v=C8mS1CVXjys
Tânia sabe que as vezes eu acho que vc é minha irmã porque acho que você é irmã da Celly? kkkkk
Belo blog, acho que vou copiar hahahaha
Abração
Ahá,Linx, seja bem vindo a família, entonces ^^
É isso ai Ramon, ah se olhares matassem heim ^^
boa dica para trilha sonora dos posts
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